quinta-feira, 31 de março de 2011

Top Coelinda

 Essa semana eu a diva resolvi mudar...  nada de Top Beta  queridus ! O lance virou luxuoso  ...

Escolhi 3 divinus que são #coelétys e me seguem no tutu...




@josyfodolls :  Muito fofa galera... essa é fã fanática da dupla Dolls ! Igual alguém que eu conheço  da equipe B.E.T.A!







@FilipeBeraldi; Esso garoto tem talendo!! Cantor: ele se apresentou duas vezes no programa Balanço Geral da rede Record do RJ, apresentado pelo Wagner Montes...



 E para fechar  o Top Coelinda da Semana ... trago  o mega fofo ...




Amei a descrição dele no twitter!! Então não pegar tempo e segue todos os divinus do Top  dessa semana! Na proxima pode ser vocês ... me segue lá @coelinda !! Bju Babadu
@GuillerMarques : 

Coelinda News



Olá meus fofos de plantão !! Sei que fiquei afastada alguns dias do blog... mais voltei com tudo e cheias dos babadus!!!

Antes quero pedir a vocês para me seguirem  no twitter !! @coelinda  Um luxo !!

Estou preparando algumas surpresas para vocês coelétys  ...

News  por Coelinda:





Novela Rebelde (Record) ,  quem disse que o remake seria uma tragédia !! Estava super errado... eu estou amando os novos Rebeldes!!!  Seria um desastre de remake se fosse produzido pelo SBT #falei!!! 



 
Dupla Dolls anuncia em seu twitter novidades aos seus fãs!!  Grazy e Jessy-k  as irmã cariocas vão voltar com tudo e devem lançar um novo cd no segundo semestre!!! 

 
Britney Spears,  fãs da princesa do pop estão  tristes com as performances da diva! Motivo? O Playback ? Antes fosse...  agora é porque ela não está dançando muito ! Quem viu a diva brilhando em  várias apresentações  agora estão  arrasados ao  verem a diva mal  dando conta de passar  debaixo da cortinha em Till The World Ends como você percebe no video do  GMA !! Britney você é top meu bem... esforça mais  e cala a boca do povão!!

domingo, 27 de março de 2011

Anahí e Christian colocam multidão para dançar em São Paulo


Em apresentação cheia de luzes, dança e sucessos, ex-RBDs lotam casa de show e declaram amor pelos fãs brasileiros.
Gritos e coros apaixonados, cartazes de “Eu te amo” espalhados por todo canto e uma energia inexplicável. Quem foi ao show dos ex-RBDs Christian Chavez e Anahí em São Paulo na noite de ontem (26/03) se emocionou e matou a saudade de ver os dois cantores assim, juntinhos no palco.
A primeira apresentação da noite foi de Christian Chavez. O astro surgiu detrás de um tapume cantando “Almas Transparentes” e arrancou gritos da multidão que pulava sem parar. O calor era tanto, que logo no fim da primeira música ele tirou a jaqueta e ficou só de regata.
Depois de dançar demais em “Sexy Boy”, Christian emocionou os fãs com as músicas “I Wanna Be The Rain” e em “Tu Amor” (durante esta canção, o telão se encheu de corações!).
Mas a gritaria maior da noite foi mesmo quando a diva Anahí entrou no palco. A cantora desceu pendurada em cordas cantando “Pobre Tu Alma”. Enquanto ela dançava pra lá e pra cá, uma voz gritava “Go Any Go” ao fundo. E era aí que a galera pirava!
Anahí passou o show inteiro sorrindo de orelha a orelha, conversou com as fãs e se emocionou: “Brasil, obrigada por não me deixar sozinha”, disse. Depois disso, prometeu que o show seria especial e convidou Christian de volta. Os dois cantaram “Feliz Cumpleaños” juntos, relembrando os tempos de RBD (que saudades!).
Mais tarde, a dupla se reuniu para cantar “Libertad”, novo single do Christian, no palco. O clipe estreou durante o show (algumas partes dele foram exibidas e outras não).
Os fãs da diva ainda puderam suspirar muito durante “Mi Delírio”. Com um traje todo sexy e de chapéuzinho, Anahí conquistou a todos. Em “Salváme”, todo mundo chorou demais!
Christian e Anahi seguem para o Rio de Janeiro para uma apresentação na noite deste domingo (27/03).

sexta-feira, 25 de março de 2011

Coelinda :Frase do Dia

X




Ta na hora , ta na hora , de eu ir pro Hospital ,comprei o CD da Xuxa , e fiquei Debimental.. (

terça-feira, 15 de março de 2011

Mell - O Começo Capítulo 1 (Online)


Fim de férias e quanta ansiedade para cursar meu ultimo ano letivo do colégio, e sei que esse ano me renderá algo bom, assim espero.

                De um lado isso me animava bastante, pelo fato que seria muito melhor passar o dia na escola do que em casa sozinha, e do outro isso estava me deixando cada vez mais arrasada. Lembrar de todas as brigas que tive com a Sabrynna estava me deixando ainda mais infeliz e o pior de tudo que eu tinha certeza que ela iria continuar no mesmo colégio que eu.

                Outra coisa me veio à cabeça naquele exato momento, hoje fazia dez anos que minha mãe deixou a mim e ao meu pai. Mas tudo bem, eu era tão pequena na época que ela conseguiu me enganar com suas falsas lágrimas e dizer que ia visitar a vovó. E eu que sempre fui tão esperta deixei ela me enganar, que ódio. Desde então tenho sido forte e aceitei que ela não gostava de mim.

                Melhor eu ir dormir, pois amanha não quero me atrasar. E também quero rever o Pedro. Ele foi ficar com a avó e tenho certeza que ele deve ter se divertido bastante, sei que a vovó Bia é um amor de pessoa. Ela tem os cabelos totalmente grisalhos, olhos verdes e pode ter certeza que ela ainda da um caldo, rsrs.

                Com tantos pensamentos, acabei pegando no sono.

-Mell? –meu pai me chamou, batendo na porta do meu quarto. Pelo menos nisso ele me respeitava. –Acorda que já esta na hora.
                Não o respondi, eu ainda estava muito sonolenta.
                -Não me escutou? –ele já escancarou a porta. Meu pai era um amor no quesito de “faça tudo o que eu quero”, mas quando você descumpre essa regra dele, ai sim é a hora de você conhecer o seu lado ogro. Ele sempre andava bem arrumado, mas sua aparência era um lixo. Meu pai era careca, não literalmente, ele raspava o que ainda lhe restava de cabelo, tinha olhos azuis e sempre estava com cara de mal humor.
                -JÁ ACORDEI. –gritei. A luz do corredor estava me matando. –Será que dá pra fechar essa merda de porta?
                Como eu esperava, meu pai me ignorou totalmente.
                -Vá para o inferno seu idiota. –falei bem baixinho para ele não escutar.
                Sai da cama e fui me arrastando para o banheiro. Olhei para o espelho e vi aquela cara amassada e uma marca de saliva que escorreu da minha boca, eca, isso com certeza não era nada sexy e ainda bem que ninguém estava me vendo. Tomei meu banho e voltei para o quarto, escolhi uma roupa bem bonitinha, pois eu sabia que o gatinho do Gustavo iria continuar estudando no Nort City School. Peguei uma regata preta, minha melhor, uma calça que era super justa e coloquei meu all star, tive sorte que ele estava bem limpo.

Desci as escadas e fui em direção a cozinha e deparei com meu pai sentado, com o jornal enfiado na cara e o seu café na mesa. Desde meus doze anos que preparo meu café sozinha, não apenas o café, almoço ou qualquer coisa que eu queira comer, e me sentei em frente ao meu pai.
                Ele não ficou mais que cinco minutos, como sempre, e se levantou, dobrou o jornal, tomou o restante do seu café e jogou o jornal em cima da mesa.
                -Cinco minutos para você estar dentro do carro.
                -Eu não terminei o meu café. –falei.
                -Não me importo. –ele fez cara de desprezo para mim. –Compre um despertador para você, assim você acordará mais cedo e terá tempo para tomar um café como quer.
Olhei nos olhos dele, mas resolvi não discutir com ele. Coloquei minha xícara e a dele na pia e subi para buscar minha mochila.


                -Mell, antes de você sair quero falar com você. –meu pai puxou pelo o braço antes que eu saísse do carro. –É muito serio o que eu tenho para te falar.
                -Tudo bem pai, pode falar. –fechei a porta do carro.
                -Quero que você se lembre disso quando cruzar a porta daquele colégio. –ele apontou para onde vários adolescentes estavam entrando. –Você vai se comportar, não vai criar confusão com ninguém e ser um exemplo de garota, ok?
                Esse cara pirou com certeza, ele nunca falou assim comigo. Parecia que eu tinha voltado há ter nove anos e esse era meu primeiro dia na escolhinha infantil.
                -Ahn? Porque ta falando isso? Nem bem comecei e você já esta falando de arrumar confusões, bebeu? –eu acabei questionando ele.
                -Agora percebe porque me irrito toda vez com você? –ele começou a apertar o meu braço. –Você é um peso nas minhas costas, e fora que me afronta e fica questionando tudo. Não é atoa que a cada dia que se passa eu te comparo mais com a sua miserável mãe.
                -Pode parar com isso pai! –pedi. –Eu não tenho nada a ver com ela.
                Pelo menos não por partes, pois fisicamente eu não tinha nada a ver com meu pai a não ser pelos olhos azuis. Eu era loira e sei que meu pai tinha os cabelos pretos, eu sou branquinha e meu pai um pouco mais moreno e eu sou baixa e meu pai é alto.
                -Então para de me encher a paciência com perguntas irritantes e faz o que eu to mandando. –ele soltou o meu braço.
               
                -Ok. –abri a porta do carro. –Tchau.
                Sai do carro e quando olhei através do vidro do carro percebi a cara de fúria que meu pai apresentava.
                Eu nunca tive um grupo de amigos, na verdade eu já tive sim, foi quando eu tinha uns treze anos quando eu era popular e a melhor amiguinha da Sabrynna. Mas no meu aniversário de quinze anos ela inventou a maior mentira onde eu era a maior vaca do colégio, que raiva. Depois disso nunca mais uma pessoa chegou perto de mim, e eu fui de a mais popular para a mais anônima do século. O único que ainda me considera como amiga é o Pedro, e ele é um fofo. Pedro não um galã de novela, mas é bonitinho. Ele é alto, não chega a ser magro, mas também não é gordo, tem olhos castanhos, cabelo claro e sempre lotado num gel e com topete.
                Passei da porta do colégio e segui o corredor inteiro sem olhar para os lados, eu não queria ver aquelas menininhas irritantes se reencontrando ou aqueles jogadores de futebol machistas que ficam exibindo seus músculos a base de anabolizantes. Quando cheguei ao pátio fui logo para a sombra de uma arvore que fica bem longe de toda a confusão do colégio.
                -Cadê o Pedro. –falei para mim mesma, e olhei para todos os lados.
                Olha que ótimo Sabrynna esta parada a uns trinta passos de mim. Não posso negar que ela é linda, cabelos escuros e anelados, olhos verdes, da minha altura e tem uma pele super linda. Mas mesmo assim, ela ainda continua sendo uma ridícula. E o pior de tudo é que ela ainda teve a cara de pau de me dar um tchauzinho, que nojenta.


                -Oi Mellzinha! –Pedro me assustou.
                -Ai. –deu um gritinho ridículo. –Você me assustou garoto. –segurei a mão do Pedro e fiz com que ele me ajudasse a levantar para poder abraçá-lo.
                -Que saudades amigo. –eu o abracei.
                -Também estava morrendo de saudades de você. –ele retribuiu o meu abraço. –Me conta como foram suas férias? –ele segurou nos meus braços para poder me olhar.
                Voltei a me sentar na grama, e ele se sentou ao meu lado e colocou um braço nos meus ombros.
                -Como sempre né Pedro, foi um saco. –abaixei a cabeça. –Ontem lembrei que estava fazendo dez anos que minha mãe me abandonou.
                -Porque você ainda se lembra disso Mell?
                -Não sei Pedro, mas sempre me lembro.
                Ele tirou seu braço que estava nos meus ombros.
                -Vamos mudar de assunto, porque esse é mega deprimente. –ele sorriu para mim.
                -E qual o assunto que você me sugere? –retribui o sorriso.
                -Ontem seu pai foi lá em casa e estava falando com o meu pai sobre o projeto que ele está pensando em fazer. –ele estava sorridente. –E seu pai quer a participação da construtora do meu pai.
                -Sério? –eu falei com um ar de desconfiança. –Espero que seu pai seja bem inteligente e não caia no golpe. –comecei a rir.
                -Mell sei que seu pai não é a melhor pessoa desse mundo, mas ele quer melhorar de vida, ele ta pensando no seu futuro. –ele estava super feliz. –E se der tudo certo, terei uma amiga rica.
                -Eu rica? Ele ta pensando no meu futuro? –fiz cara de desdém. –Na boa Pedro, nada disso vai fazer ele virar o pai que eu sempre sonhei.
                -Hum.
                -E como foi na casa da sua avó? Ela continua sendo aquela pessoa mega animada? –perguntei.
                -Foi ótimo. Minha vó esta cada dia mais moderninha, e pra te falar a verdade ela ta podendo.
                -Moderninha? Me explica isso. –eu estava muito curiosa para saber da melhor pessoa do mundo. Não que eu estou desprezando o Pedro, mas considero a avó do Pedro como minha avó também.
                -Vovó comprou os CDs da Lady Gaga, e sabe todas as coreografias das musicas. Na terça passada eu fui com ela no festival Pop Teen, e meus Deus, vovó aprontou todas. –Pedro caia na gargalhada. –E o melhor ainda não te contei vovó ta pegando um cara que tem uns trinta anos.
                -Nossa! Vovó Bia ta que ta heim?! Quem diria. –também cai na gargalhada. –Lembra o que ela aprontava nas festas de fim de ano?
                -O karaokê! –ele parou de rir. –E você ainda esta com aquele pensamento que você me disse por telefone?
                -Sobre o emprego? –perguntei, e ele fez que sim com a cabeça. –Claro, eu preciso começar logo a trabalhar, não suporto mais viver dependendo dos outros. E você sabe que se eu conseguir vou alugar um quarto e assim não vou precisar mais ver a cara do meu pai.
                -Acho super legal isso do emprego, e com certeza vou ajudar. Mas você não acha que a idéia de sair da casa do seu pai muito precipitada? E se der errado?
                -PODE PARAR! –gritei. –Nada de pensamentos negativos.
                -Desculpa, mas eu me preocupo muito com você. –ele começou a se aproximar do meu rosto.
                -Eu sei disso seu chato. –eu o empurrei.
                -Será que vamos ser da mesma sala? –Pedro mudou logo de assunto.
                -É tudo o que eu quero. –o abracei. –E tomara que a Sabrynna não esteja na mesma sala que eu. -olhei para a Sabrynna, e ela me respondeu com outro olhar de “você não vai se livrar de mim”. Pedro chamou minha atenção.
                -Na boa Mell, esquece ela. –ele pediu. –Não jogue o joguinho dela.
                -Ela quem joga o meu jogo, eu quem faço as regras desse jogo.
                -Vocês têm que parar com isso. –ele me olhou com uma carinha que deu até dó, mas o que ele disse depois fez a dó que eu sentia virar raiva. –Não arrume confusão com ela não. Por mim, não faça nada com ela, por favor!
                -O que é heim Pedro? –me levantei. –Porque defende ela? Você adorava tudo o que eu fazia com ela, até o ano passado, e agora virou o defensor dela?
                -Não é isso Mell.
                -Então é o que? –peguei minha mochila que estava no chão. –Me poupe Pedro. Já que você gosta tanto dela, vai lá ficar com ela porque já me cansei de ficar aqui ouvindo você ficar do lado dela. –coloquei a mochila nas costas e voltei para o corredor do colégio.

No corredor principal do colégio tinha um grande aglomerado de gente tentando ver em que sala estava. Resolvi encarar aquele bolo enorme de adolescente e vi a sala em que eu estava, e logo depois sai correndo para a sala. Quando cheguei lá tinha um grupinho de nerd’s sentados nas primeiras carteiras. E eu como não me encaixava nem um pouco nesse grupo fui logo para o fundo.
                A sala começa a ficar cheia de adolescente irritantes, não que eu não seja uma adolescente, mas não fico tagarelando idiotices que nem os daquele colégio. E vejo o Pedro também entrar, que alivio. Mas logo atrás dele vem à pessoa que eu menos queria aqui na sala. Quando a Sabrynna me avistou começou logo a falar bem alto.
                -Meu Deus, a sala está com um ar pesado. Acho que tem gente aqui... –ela olhou para mim. –... que tem um espírito muito negativo. Quando eu chegar em casa vou pedir a minha mãe que me leve para benzer.
                Respira, respira, pensei comigo. Então me acalmei e abaixei a cabeça.


                A primeira professora entrou na sala. Era a professora de português, ela fez a sua apresentação e logo depois começou a falar que nem uma louca, odeio esse blah blah blah, por isso não prestei atenção em nada do que ela disse.
                O sinal toca e dessa vez é a professora de literatura quem entra na sala. O nome dela é Clarisse, eu a conhecia, porque ela era amiga da minha mãe, mas eu não falava muito com ela, porque ela sempre arrumava um jeito de tocar no assunto da minha mãe. E pra falar a verdade, meu pai odiava a Clarisse. Ela começou passando matéria, e claro que copiei tudo, eu podia ser meio rebelde, mas era uma boa aluna.
                Novamente o sinal toca, e claro eu não senti ansiedade nenhuma de ver quem seria o novo professor de matemática. Com a Sabrynna ali perto perco ate a vontade de sorrir. Só que dessa vez não aparece nenhum professor, quem aparece é o diretor Banners. Sr. Banners é mega alto, magro (ele deve esta desnutrido, brincadeira), olhos negros, e careca.
                -Muito bem terceiro ano, o professor Ricardo não pode vir hoje. Ele esta muito gripado. –ele parece que não sabe falar direito, mas também a dentadura que ele usa é horrorosa de tão grande. –Preciso que vocês continuem em sala, pois não tenho outro professor no momento para substituí-lo hoje.
                -Pode deixar diretor, tudo vai ficar em ordem. –olha a bocuda da Sabrynna querendo aparecer.
                -Assim espero senhorita Corperi. –o diretor saiu da sala.
                Pra quem disse que ia colocar ordem em sala foi a primeira a começar a se gabar para as amigas.
                Continuei no meu sossego total no fundo da sala, com meus pensamentos que sempre me ocupavam quando eu não tinha o que fazer. Mas logo veio o Pedro me interromper.
                -Mell? –ele me chamou e se sentou na carteira vazia que estava na minha frente. Pedro não se sentava perto de mim nas aulas, ele não se sentia bem no fundo da sala, e fora que ele ainda usava óculos, mas só quando estava escrevendo alguma coisa ou lendo.
                -Hum? –olhei para ele.
                -Me desculpa ta? –ele pediu.
                -Sem problemas amigo. –sorri. –Mas o que você quer?
                -Vim te contar a nova. –ele deu um grande sorriso. –A grande realeza ali... –ele apontou para a Sabrynna. -...ta se gabando da viagem para o Canadá, que ridícula.
                -É a única coisa que ela sabe fazer Pedro, é se gabar.
                -Com certeza.
                Eu e o Pedro ficamos alguns minutos sem nos falar, e então comecei a rabiscar uma folha do meu caderno, então penso em falar.
                -Você viu o Guto hoje?
                -Não, e não espero ver ele tão cedo. –Pedro fechou a cara.
                -Credo Pedro.
                -Você sabe que eu não gosto dele. –ele apontou para a Sabrynna. –E você sabe muito bem que a realeza é a namoradinha dele, e ela e você não se dão muito bem.
                -É eu sei.
                -E te liga Mell, jamais que ele vai terminar com ela pra ficar com você.
                O Pedro é louco? Só pode né, como ele tem coragem de dizer isso para uma garota que esta totalmente apaixonada pelo namorado da pior inimiga?
                -Vá para o inferno Pedro. Sai daqui!
                -Mas Mell, eu quero falar com você sobre a formatura.
                Será que eu ouvi isso direito? Meu Deus hoje era o primeiro dia de aula e como esse garoto podia pensar em formatura? Agora tenho certeza que ele é pirado das idéias.
                -Acorda garoto. –dei um tapa na cabeça dele. –Estamos no inicio do ano, então não vem com esse papo de formatura agora não.
                -Só que eu fiquei sabendo, pela realeza, que o baile de formatura desse ano será apenas formado de casais.
                -E o que eu tenho a ver com isso? –perguntei. –Eu não faço a mínima para nada disso. Quero que tudo se exploda.
                -Mas Mell...
                -Ai Pedro não enche mais a paciência com essa conversa ridícula. Vai procurar algo melhor para fazer. –mandei.
                Depois do que eu falei o Pedro se levantou e saiu da sala.


                Na hora do intervalo Sabrynna veio falar na minha direção, ou melhor, me fazer insinuações para me irritar.




-Olha o que eu estou vendo. –ela colocou a mão na boca, num gesto de que estava horrorizada. –Imundinha e seu fiel escudeiro molambento. –ela começou a rir.
                Você acha que é melhor do que eu Sabrynna? –Me levantei e fiquei cara a cara com ela. –Pode ter toda a certeza que não! Você é apenas uma garotinha frágil que se esconde atrás do dinheiro da sua mãe, você é totalmente fútil.
                Sabrynna segurou meu braço com toda a sua força.
                -Olha aqui sua órfã, você pra mim é um nada. A cada dia que passa você só cai mais!
                -Se eu fosse um nada mesmo para você, tenho certeza que você não estaria aqui agora gastando salivas comigo. –a confrontei.
                Ela largou o meu braço e apontou o dedo no meu rosto.
                -Vou te avisar só uma única vez, não atrapalhe o meu caminho. Se não você vai se arrepender.
                Nesse exato momento o Pedro entrou na minha frente, pois ele sabia que eu não era uma boa pessoa para levar desaforos para casa.
                -Ei Sabrynna. Sai daqui, por favor! –ele pediu
                -Ta avisada Mell. –ela me deu as costas e saiu. E com certeza ela tinha conseguido as duas coisas que ela mais queria minha fúria e que todos do colégio vissem a nossa discussão.
                De repente vejo o Gustavo passando pela Sabrynna, e sem se tocarem ou trocarem olhares, ele vem na minha direção.
                -Quero falar com você Mell. –Gustavo pediu. Gustavo é um deus grego, forte, cabelo preto e arrepiado, olhos castanho e alto.
                -Pedro você pode nos dar licença para gente conversar? –eu pedi. Pedro olhou para o Gustavo e sem dizer uma palavra foi para longe de nós.
                -É coisa rápida, não pretendo demorar. –Gustavo estava falando tão friamente comigo que senti um calafrio.
                -Ok Guto, pode falar.
                -Por favor, Mell. –ele olhou para a Sabrynna, que também olhou para ele. –Me chame pelo meu nome, sem intimidades.
                -Tudo bem! Pode falar Gustavo. –o que eu fiz? Gustavo nunca me tratou assim.
                -Assim esta bem melhor. –ele respirou fundo. –Semana passada eu cheguei de viagem e fui ver a Sabrynna... –não deixei que ele terminasse.
                -Se veio me falar da Sabrynna, você ta perdendo o seu tempo! Eu não quero saber de nada dela.
                -Será que da pra calar a boca e me deixar falar. –ele falou bravo demais, e automaticamente eu fechei a minha boca. –Como eu dizia, fui ver a Sabrynna semana passada e nós ficamos conversando sobre você.
                -Sobre mim? –perguntei.
                -Sim, sobre você. –ele cruzou os braços. –Ela me falou de tudo o que você já andou aprontando com ela, e quando ela tenta falar com você, tentar fazer as pazes, você começa a fazer dramas ridículos dizendo que é ela a culpada de tudo.
                -Ahn? –Sabrynna já contou mentiras para ele. –Que dia ela tentou fazer as pazes comigo? É tudo mentira dela.
                -Olha aqui Mell. –ele estava com raiva, mas não demonstrou. –A mentirosa da historia aqui é somente você. Então me faça um ultimo favor, nunca mais chegue perto de mim ou da minha namorada, ok?
                -Você quem me faria esse favor Gustavo. –ele mexeu com a pessoa errada. –Se você é tão mente fechada e fraca, vai continuar acreditando na Sabrynna.
                -Não vou ficar aqui ouvindo seus desaforos. –ele se aproximou de mim e falou bem baixinho. –Se você fosse homem, eu já tinha arrebentado essa sua cara feia. –ele me deu as costas e saiu andando.
                -Vai à merda, seu idiota. –falei com um nó na garganta.

Pedro veio correndo saber o que tinha acontecido, e eu acabei contando tudo. Pedro adorava me defender, e claro, ele sempre me dizia que o Gustavo não sentia nada por mim, e eu como uma trouxa sempre disse que não. Droga!
                -Eu vou lá fala com ele. –antes que o Pedro pudesse fazer alguma coisa, eu segurei o seu braço.
                -Não faça nada Pedro. –pedi. –Deixa isso pra lá, os dois ainda vão se arrepender de me tratarem assim.
                Ficamos o restante do intervalo sem trocar uma palavra, e então o sinal toca.
                Eu e o Pedro voltamos para dentro do colégio e seguimos para a nossa sala esperar o próximo professor que era de inglês.
                O professor de inglês não demorou muito para chegar, ele parecia gostar de tudo na hora certa. Ele se chama Lucas, e é um gato. Olhos cor de folha seca, loiro, alto, corpo atlético e com certeza não tinha mais que trinta anos. Sr. Lucas se apresentou e fez com que todos da sala também se apresentassem, que saco. E logo depois das apresentações ele fez alguns jogos com a gente que envolvia saber pronunciar em inglês alguns objetos em inglês.
                A aula de inglês foi muito boa e me distraiu bastante, e quando eu menos esperava o sinal tocou. Agora era a aula de educação física.
                Fomos todos para o ginásio. Naquele colégio eles separavam os meninos das meninas nessa aula, pelo fato de pensarem que os meninos podiam machucar alguma das meninas, como se fossemos fracas.
                O professor Sr. Souza não precisou se apresentar, pois ano passado tivemos aula com ele. Sr Souza era forte e moreno.
                -Bem pessoal, em uma parte do ginásio os meninos vão jogar basquete, e do outro lado as meninas vão jogar vôlei, mas antes quero que vocês vão se trocar, e em dez minutos todos tem que estar em seus respectivos lugares.
                Todos foram para os vestiários, e claro, meninas para um lado e meninos para o outro. Antes que eu pudesse entrar no vestiário, Pedro me grita.
                -Mell? Espera ai.
                Parei enfrente ao vestiário feminino e fiquei esperando.
                -Depois da aula que tal irmos à lanchonete que fica a três quarteirões daqui? –ele perguntou. –Minha mãe deixou o carro dela comigo, e depois que sairmos de lá, eu te deixo em casa.
                -Claro Pedro. –aceitei. –Quando a aula terminar nós vamos com certeza.
                Pedro deu um grande sorriso e me abraçou super forte.
                -Calma Pedro, você ta me matando com esse seu abraço. –dei alguns socos nele.
                -Desculpa. –ele me soltou. –Deixa eu ir para o vestiário masculino antes que eu me atrase para a aula do Sr. Musculoso.
                Dei um tapa na testa dele.
                -Deixa de ser bobo garoto. –o virei para o outro lado. –Então vai logo!
               

                Empurrei ele para frente e entrei no vestiário feminino.


                Voltei para o ginásio e seguir para o lado da quadra destinada as meninas. O Sr. Souza separou dois times de vôlei, seis garotas para cada lado da quadra e ficaram mais três meninas na reserva. Era meu time contra o da Sabrynna.
                Eu sempre fui boa no vôlei. E nossos times sempre estavam empatados, até que no final do primeiro set o time dela me venceu. No segundo o time que venceu foi o meu. E no ultimo set de desempate nos times estavam numa disputa cerrada. Naquele momento lembrei-me do que a Sabrynna fez comigo no intervalo, então era a hora que eu tinha que me vingar dela. Uma garota do meu time levantou a bola pra mim e eu a cortei com toda força que foi diretamente ao encontro do rosto da Sabrynna, fazendo-a cair no chão e todos indo olhar o acontecido.
                -Ai meu nariz. –Sabrynna começou a chorar. –Essa imunda quebrou o meu nariz.


-Foi sem querer, eu estava apenas atacando. –falei. –Desculpa Sabrynna.
                -Não te desculpo não sua ridícula. –ela adora me xingar. –E você estava me ATACANDO!
                -Não Sabrynna, eu não queria te machucar. –claro que eu queria sim, pensei comigo.
                -Chama o professor. –ela pediu para uma das meninas. –Sua infeliz, você vai me pagar, pode escrever isso.
                A blusa da Sabrynna estava toda respingada de sangue e sua mão também. Ela me xingava de tudo, mas eu não entendia nada pois ela estava com a mão na boca.
                -O que houve? –o professor chegou todo assustado.
                -Eu acertei a bola no nariz da Sabrynna, mas foi sem querer.
                Sr. Souza olhou para a Sabrynna e depois para mim, e logo depois me deu um sorriso.
                -Tudo bem Mell, isso acontece.
                -Não, isso não acontece! –Sabrynna estava bufando de raiva. –Ela queria me machucar.
                -Sabrynna, vamos parando de drama. –ele tirou a mão do rosto da Sabrynna, e examinou o seu nariz. –Não aconteceu nada de tão ruim no seu nariz. Vamos para a enfermaria que a Sr. Flowers saberá o que fazer.
                Depois disso, a Sabrynna não disse mais nada e foi para a enfermaria. A aula já estava no final, então o professor resolveu nos liberar.
                -Vamos Mellzinha? –Pedro falou.
                -Ai meu Deus. –me assustei. –Não faça mais isso Pedro, mas espera eu me trocar.
                -Não, ou você quer esperar o diretor Banners aparecer e te dar uma advertência?
                -Pensando melhor, não quero esperar por ele não.
                Peguei a mão do Pedro e nós dois saímos correndo do ginásio.


                Chegamos à lanchonete Nutri Lanches e fomos para uma mesa que tem bem no meio do lugar, era onde nós sentávamos sempre quando víamos aqui, o que era bem raro. A garçonete nos atendeu, eu pedi um Milk Shake e um sanduíche natural. O Pedro pediu um suco e também um sanduíche natural.
                -Mell você é muito vingativa, né? –Pedro perguntou.
                -Agora que você percebeu isso? –falei. –Parece que nem me conhece.
                -Claro que te conheço e muito bem.
                -Só falta eu me vingar do Gustavo e pronto.
                Pedro fechou a cara.
                -Deixa ele comigo.
                Cai na risada.
                -Sei me defender sozinha Pedro.
                Ele também caiu na risada e concordou comigo.
                No instante seguindo o Pedro ficou pálido.
                -O que foi Pedro? –estalei meus dedos querendo chamar atenção dele pra mim.
                -Olha lá Mell. –ele apontou para a pessoa que estava entrando na lanchonete.
                Olhei para trás e vi a Sabrynna vindo em nossa direção com um curativo enorme no nariz, e ao redor dos olhos estavam vermelhos por conta da bolada. Ela chegou ate perto de mim e se sentou numa cadeira que estava do meu lado.
                -Olha o que você fez no meu rosto, sua vaca. –Sabrynna falou.



-Sabia que você ficou tão fofinha com esses olhos vermelhos e esse curativo gigante no nariz. –comecei a rir.
                -Sua ordinária. –ela deu um tapa no meu rosto, nisso todos da lanchonete olhou para nós, pois o tapa fez o maior barulho. Os dedos dela ficou marcado no meu rosto.
                Me levantei e a puxei pelo o cabelo fazendo com que ela se levantasse bem rápido.
                -Como você tem a coragem de bater na minha cara? –dei um tapa no rosto dela também, mas não com tanta intensidade. –Pense muito bem antes de encostar essa sua mão nojenta em mim, ok?
                Sabrynna cravou suas unhas no meu braço, e onde estavam as marcas surgiu varias gotinhas de sangue. E pela dor soltei o cabelo dela.
                -E você nunca ouse tocar em mim, muito menos num fio de cabelo meu. Se não essas marcas ai... –ela apontou para o meu braço. -...vão aparecer no meio desse rostinho sem sal que você tem.
                Eu já estava cansada dos insultos dessa garota, então esta na hora de te ferir onde ela sente mais dor. Peguei o vidro de mostarda e de catchup.
                -O que você esta pretendendo com isso Mell? –ela perguntou
                -Pretendo fazer isso daqui! –comecei a jogar catchup e mostarda na roupa dela, e ela como sempre começou a gritar. O Pedro começou a rir, como assim todos da lanchonete. O gerente da lanchonete acabou nos expulsando de lá, e a Sabrynna entrou no carro toda lambuzada, e eu e o Pedro entramos no carro e fomos embora rindo da cara da Sabrynna.


                Quando cheguei em casa, a Sra. Ster Corperi estava na porta da minha casa com o meu pai, e eu já sabia o que ela veio fazer aqui. Me despedi do Pedro e fui ao encontro dos dois. No momento em que meu pai me avistou veio até a mim.
                -O que eu falei com você sua idiota. –ele segurou o meu braço.
                -Ah não enche seu idiota. –respondi o meu pai.
                Agora vamos saber do que esse homem é capaz. Meu pai me pegou pelo cabelo e começou a me empurrar para dentro de casa. Quando chegamos perto da Sra. Ster, que era parecida com a Sabrynna, só que mais velha, meu pai parou.
                -Desculpe-me pelo o que minha filha fez a sua, mas eu vou ter uma boa conversa com ela. –meu pai avisou.
                -Assim espero Sr. Rildo, porque não quero mais ouvir minha filha reclamar da sua.
                -Com certeza você não ouvirá. –meu pai fechou a porta e me jogou em cima do sofá.
                -O que eu te avisei Mell? –ele começou a tirar o cinto de sua calça. –Agora por isso você vai se arrepender de não ter me escutado.
                -Não, eu não vou me arrepender tão cedo por não ter feito o que você mandou. –me levantei. –Quem começou foi a Sabrynna, mas tenho certeza que você não vai querer ouvir nada, então vai lá, me bate seu ogro. Única coisa que você sabe fazer.
                No mesmo instante ele jogou o cinto que estava em sua mão e jogou no sofá.
                -Seu ultimo aviso Mell, se eu escutar mais uma reclamação de você, juro que te expulso da minha casa.
                - Mas pai não fui eu quem comecei.
                - Sempre a mesma desculpa. Muda o disco Mell. –ele me olhava com desprezo. –Tudo é a Sah quem é a culpada, vê se arruma desculpa melhor.
                Então vai a merda com suas insinuações. –subi as escadas correndo, pois sabia que se eu ficasse ali em baixo, eu não sairia impune de lá.
               

                O restante da semana foi bem estressante, fui obrigada a ouvir todos os desaforos, xingamentos e insinuações da Sabrynna, sem fazer nada. E o pior de tudo que fiquei de castigo o resto da semana.
                Fim de semana chegou. No sábado resolvi fazer todos os meus deveres de casa pendentes e um trabalho que o Sr. Lucas tinha passado professor de inglês, tinha passado. No domingo acordei cedo, e como sempre, fui para o sitio da minha avó Lucia, mãe do meu pai. Os domingos para ela eram sagrados, pois ela reunia toda a família com um super almoço.
                Até que fim chegou à noite, então resolvi subir para o meu quarto e dormir, porque outra semana estava para começar. E o melhor eu já estava livre do meu castigo.

                Como sempre meu pai me acordou, e no fim não me esperou tomar café. Ele me levou ate o colégio e me deixou lá e foi embora.
                Pedro veio correndo falar comigo.
                -Mell o diretor que falar com você.
                -O que eu fiz? –perguntei. –Nem bem cheguei à escola e ele já te mandou me esperar aqui e me dar um péssimo aviso. Você sabe o que ele quer?
                Ele fez que não.
                -Tudo bem, vou lá ver o que o RexCavadeira quer comigo. –era assim que eu chamava o diretor quando ele não estava por perto. Esse apelido é por causa da dentadura que parece mais uma escavadeira.
                Quando entrei na sala do Sr. Banners ele já veio com um discurso de que não queria confusões no colégio, que ali era um local de respeito. Disse que eu teria que seguir as regras que estavam na agenda escolar e mais um tanto de blah blah blah. Ele só resolveu para de falar quando a secretaria apareceu na porta e avisou que a outra aluna já tinha chegado.
                Agora entendi o porquê ele me chamou Sabrynna já fez a cabeça de velho chato. Quem mais vai defender ela heim?
                Sabrynna entrou e quando me viu tomou um enorme susto.
                -Diretor eu não fiz nada, eu posso até provar. –olha o drama dela. –Olha o meu nariz, me diz se alguém como ela pode continuar no colégio? Eu fui à primeira de muitas que ela pode fazer o mesmo, e minha mãe falou que...
                -Sente-se senhorita Corperi. –ele interrompeu. –Como as duas já estão presentes eu posso explicar o motivo pelo qual eu as chamei aqui. Esse é o ultimo ano letivo das duas... –ele fez um gesto de agradecimento. -...pelo menos espero que seja, mas para isso preciso que vocês tenham boas notas.



                -Sr. Diretor, o senhor não precisa se preocupar com isso, pois nunca fiquei em recuperação e sempre estou na media. E o ano esta apenas começando. –falei irritada.
                -Senhorita Mendes eu sei disso, sei que seu rendimento escolar é ótimo. –ele sorriu para mim. –Mas quero ver vocês duas trabalhando junto, quero ver vocês disputarem os jogos estudantis. E o treino é hoje no ginásio às três da tarde, nenhuma das duas podem faltar.
               
                - Ahn? Jogos? Juntas? Jamais! –Sabrynna começou com seu drama tradicional. –Você não pode me obrigar a nada.
                -Engano seu, posso obrigar as duas sim. Ou prefere ajudar a Sra. Loudes lá na cantina? Ela esta precisando de ajudantes. –ele começou a colocar medo na Sabrynna. –Já estou cansado de escutar que vocês estão brigando, e para recompensar todas as suas brigas de adolescentes, vocês duas vão lutar juntas para trazer o troféu para o colégio. Agora podem voltar as suas respectivas salas.



Fiquei muda ao sair da sala do diretor. Sabrynna como sempre resmungou algumas palavras de baixo calão e depois fechou a porta e se virou para mim.
                -Muito bem imunda, já que temos que disputar esse inferno de jogos estudantis juntas, você terá que, de hoje em diante, respeitar a capitã. –ela falou. –Então somos um time, e eu sou a capitã, entendeu?
                Comecei a rir da Sabrynna.
                -Não me faça rir Sabrynna. –fiz um gesto de que ela estava ficando louca. –Você esta é enlouquecendo. Enfim, você não é capitã de nada, então se coloque no seu respectivo lugar de companheira de equipe, meu bem.
                Antes que nós começarmos outra discussão, a secretaria Marisol, uma mulher que tinha mais ou menos vinte cinco anos, pele morena e cabelo curto, nos interrompeu.
                -Meninas voltem para as suas salas agora. –ela mandou.
               

                Fomos pelos corredores discutindo, como sempre. Mas eu estava me divertindo com a Sabrynna, eu ficava zoando ela, e ela como sempre levava tudo a serio acabava me xingando, porém eu não estava me importando nenhum um pouco com nada que ela me dizia.
                Quando chegamos à sala a professora Charlotte, uma mulher baixinha, loira, olhos negros e meio carrancuda. Ela leciona a matéria de geografia. A professora estava passando um trabalho em dupla, e apenas sobrou eu e a digníssima da Sabrynna, então a professora pediu para que ficássemos juntas.
                No final da aula eu já não suportava mais ouvir a voz da Sabrynna. Ela acabava com a paciência de qualquer um, e fora que ela discordava de tudo o que eu dizia. Eu estava louca pra matar ela, e o pior era ver o Pedro achando engraçado.
                Tudo passou tão rápido que quando eu já percebi estava na porta da minha casa junto com o Pedro.
                -Mell que horas você vai chegar do treino? –Pedro me perguntou.
                -Pelo amor de Deus né, você ta achando que eu vou nesse lixo de treino? –sorri.
                -E você não vai?
                -Claro que não, tenho umas coisas bem melhores para fazer. –pisquei para ele.
                -O que, por exemplo? –ele sorriu para mim.
                -Vou ao shopping e quero que você vá comigo, pode ser?
                -Claro Mellzinha. –ele pegou na minha mão. Isso de ficar pegando na minha mão toda hora já estava me tirando do serio, não gosto disso de ficar trocando caricias com meu melhor amigo. Porque sempre fomos muito ligados um ao outro desde crianças, e eu nunca o vi com outros olhos. Então puxei minha mão e ele olhou para o outro lado. –Então que horas que você quer que eu te encontre?
                -Daqui uma hora.
                -Ok. –ele me deu um beijo no rosto e foi embora.
                Fui direto para minha casa, e encontrei meu pai no telefone. Com certeza o Sr. Banners já estava reclamando de mim, ou ate coisa pior. Então resolvi subir as escadas, e nesse momento meu pai desligou o celular.
                -Mell! –meu pai me chamou.
                -O que foi? –perguntei.
                -Eu estou indo viajar, e só volto na próxima semana.
                -Fala serio pai, toda vez é isso. –reclamei
                -Você esta achando que é quem pra falar assim comigo? –ele já estava brigando comigo. –Me respeita garota.
                -Só estou dizendo que toda semana você dá uma desculpa pra ficar longe de mim. –falei. –E você pensa que me engana?
                -Olha aqui garota. –ele segurou o meu braço. –Seu eu fosse você teria mais respeito comigo, eu sou o seu pai.
                -Antes não fosse. –puxei o meu braço. –Agora faça o que você bem entender, pois quero me trocar. –subi as escadas e meu pai saiu de casa sem dizer mais nada. Corri ate a janela da frente e vi meu pai saindo com o carro pela garagem.
                Mais uma vez me sentir abandonada, mas por outro lado, estava me sentindo um pouco feliz, pois ficaria alguns dias longe do meu pai.
                Depois que troquei de roupa, desci e almocei. Graças a Deus meu pai tinha feito almoço, ou melhor, tinha pedido comida para dois em algum restaurante do bairro. Quando terminei de almoçar, lavei a louça e voltei para o quarto. Resolvi entrar na internet e ver o que eu encontrava de bom, mas não achei nada que entretece, até que reparei o status da Sabrynna anunciando uma mega festa na sua casa esse final de semana. Isso dizia que sua casa estava livre. Só de imaginar o pessoal do colégio se humilhando para conseguir um convite para poder ir na festinha dela já fazia meu estomago embrulhar.